quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Arte Egípcia

O Egito Antigo: Principais cidades.
Cronologia (Oriental Institute, University of Chicago)

Dinastia         Período            Datas (a.C.)

I-II         Arcaico              3168-2705
III-VI Antigo Reino     2705-2250
VII-X Primeiro Intermédio     2250-2035
XI-XIII Reino Médio     2035-1668
XIV-XVIII         Segundo Intermédio     1720-1550
XVIII-XX         Novo Reino     1552-1070
XXI         Tanita     1070-946
XXII-XXIV Líbio              946-712
XXV         Kushita             712-664
XXVI Saíta              664-525
XXVII-XXXI Tardo     525-332

Formas de datação das obras de arte:

1. Atribuição ao reinado de um faraó particular através de inscrições na própria obra ou através do contexto arqueológico.

2. Atribuição a uma dinastia, através da análise do estilo.

Estátua do deus Ptah, XVIII dinastia, Museu Egípcio, Turim


Contexto geral:

- Os egípcios são a formação de tribos nômades que no neolítico se estabeleceram em uma região fértil.
- Surge governos, estruturas hierárquicas até a formação de um império.
- Império formado com a unificação do Alto e Baixo Egito (refere-se ao relevo).
- Três milênios com uma mesma lógica artística dominante.
- Pouca variação da forma de fazer Arte durante as dinastias egípcias.
- Existência de um padrão geral na arte que eliminava a possibilidade de um estilo individual.
- Arte com função prática e ornamentadora. Deveria também agradar aos deuses.
- A religião domina todo o sistema de sociedade egípcia.
- Os sacerdotes mantinham a tradição coerente.
- Uma sociedade sofisticada que buscava super-organizar o mundo, para agradar aos deuses.

Painel de madeira recoberto de gesso 
- Racionalismo na arte.
- Membros e cabeça de perfil, tronco de frente.
- Estabelecimento de símbolos.
- Padrões de medida.

Pedra de Roseta, 196 a.C. (durante o reinado de Ptolomeu V), 114.4 cm x 72.3 cm x 27.9 cm, The British Museum (descoberta em 1799)
- O padrão da escrita egípcia tem origem no hieróglifo.
- Intenção de passar uma ideia com poucos traços (minimalismo)
- Grande desenvolvimento da escrita
- Boa parte da arte egípcia foi desenvolvida em pedra.
- A partir do momento em que se decifram os hieróglifos na Pedra de Roseta é possível dar passos seguros a caminho da compreensão da cultura, história, mentalidade, modo de vida e naturalmente da motivação artística dos antigos egípcios.

Paleta de Narmer, c. 3100 a.C., 64 cm x 42.5 cm, Museu Egípcio, Cairo (encontrada em Hierakompolis)
- Frente e verso.
- Utilidade: Triturador de cosméticos.
- Evidencia o costume de ornamentação dos egípcios em objetos do cotidiano.
- Presença da cabeça da Deusa Hator, que personificava os princípios do amor, beleza, música, maternidade e alegria.
- Cena de punição com o Faraó e o escravo.
- Representação da conquista de território e dez homens decaptados.
- Cena de fuga
- Cena de dois escravos e dois seres fantasticos que criam com seus pescoços a parte do objeto que triturava as maquilhagens.
- Touro (A deusa) golpeanndo uma cidade e o inimigo.


- Nenhuma crença foi tão marcante na sociedade egípcia, ao longo de cinco mil anos, quanto a da vida após a morte. Nos túmulos pré-dinásticos, simples covas circulares cobertas de madeira, encimada por uma pilha de rochas e sedimentos, o morto era inumado em posição fetal, com a face voltada para o Oeste. Ao seu redor, eram depositados vasos cerâmicos, facas de sílex, adornos, entre outros objetos. Tais evidências refletem, respectivamente, o renascimento e a preocupação com o bem estar do morto no outro mundo. Em épocas dinásticas, notadamente após o Primeiro Período Intermediário, a vida além-túmulo seria acessível a todos os egípcios que providenciassem a mumificação de seus corpos, procedimento este extremamente necessário para a sobrevivência das demais partes que formavam o indivíduo.

- Igualmente importante era a preparação de um enxoval funerário, o qual incluía, além de alimentos e bebidas, o mobiliário que o falecido utilizou durante a vida (roupas, cosméticos, jóias, móveis ferramentas, etc.), bem como uma série de outros bens especialmente confeccionados para o uso na vida futura.

- Segundo o Livro dos Mortos, após o funeral, o akh do morto dirigia-se ao horizonte ocidental, onde ficava a Sala do Julgamento presidida pelo deus Osíris. Perante quarenta e dois deuses, o morto declarava sua inocência, enquanto em uma balança o seu coração (representação da consciência) era pesado contra a pena da deusa Maat (representação do equilíbrio), com o objetivo de verificar que o morto não houvesse mesmo cometido as quarenta e duas ações que contavam da “confissão negativa” (encantamento n° 125):

-“Ó tu, cujos passos são longos, que vens de Heliópolis, eu não menti.” e “Ó tu, que és abraçado pelo fogo, que vens de Khereha, eu não roubei.”

-A razão destas ações serem negadas demonstra que as mesmas faziam parte do cotidiano egípcio. Os próprios símbolos formadores das palavras “mentira e “roubo” refletem igualmente seu significado. Na palavra mentira, grg, o determinativo é um pequeno pássaro que representa ações pequenas ou mundanas; e na palavra roubo, awAi, o determinativo é um homem batendo com um bastão, sem dúvida uma ação repressora ou condenatória, o que demonstra que extraía-se confissões de quem roubava através de bastonadas nas palmas das mãos e nas solas dos pés.

- O morto, caso fosse considerado transgressor de alguma das quarenta e duas ações condenadas, fato que nunca aparece representado nas vinhetas dos papiros, teria seu akh devorado por uma criatura híbrida chamada Ammit, a “engolidora de almas”. Se fosse considerado puro, tornar-se-ia um justificado, mAa-xrw, e passaria a viver eternamente no reino do deus Osíris.

- Para os egípcios, a palavra pr, significava casa; esta mesma palavra era também utilizada para denominar a “tumba”, “Casa da Eternidade” . Os tipos de construções funerárias variaram muito no decorrer da história egípcia. Construíram-se tumbas de adobe, mastabas, pirâmides e hipogeus, todos com o mesmo objetivo: preservar o morto e seu enxoval funerário. Deveriam, portanto, ser estruturas eternas, um local seguro, resistente ao tempo e protegido contra os animais.

- Os sepulcros estavam localizados em áreas estratégicas, longe das enchentes periódicas do Nilo e respeitando duas concepções simbólicas: o deserto ocidental onde tudo perece e o local onde o sol se põe, ou seja, a morte.

- As construções eternas permaneceram, mas foram lesadas pela sua própria imponência: despertaram a atenção e, conseqüentemente, a cobiça entre os homens. A eternidade dos mortos estava ameaçada pela atividade de saqueadores movidos pela busca de tesouros.

- Os arquitetos dos Antigo e Médio Reinos, conscientes dos saques, tentaram resolver o problema incluindo passagens secretas, fossos e câmaras falsas no interior das tumbas. Todas as modificações foram ineficientes, muitas das mastabas e pirâmides em Gizé, Sakara, Dashur, Hawara, Lisht e El-Lahun foram encontradas completamente vazias (El-Nawaway, 1980: viii). Até a XVII dinastia, muitos sepulcros reais eram ligados aos templos funerários, onde os sacerdotes faziam oferendas diárias ao Ka do rei morto. Este culto funerário, na maioria dos casos, não perdurava senão por algum tempo após a inumação real; quando abandonado, o complexo funerário ficava à mercê de saqueadores.

- No início da XVIII dinastia, os faraós, preocupados com os constantes roubos, decidiram esconder os hipogeus, separando-os dos templos funerários. Amenhotep I foi o pioneiro na construção de sua tumba subterrânea na margem ocidental de Tebas, em um vale deserto chamado Biban el-Moluk, conhecido atualmente como “Vale dos Reis”.

Pirâmide de Djoser, 2700 – 2650 a.C., Menfi, Egito
- 1º Pirâmide Construída
- Mastabas
- Arquiteto: Inhotepe.
- Simbolismo: Estrutura que serve como facilitadora na mediação Terra e céu.

Pirâmide de Quéfren e Esfinge, 2500 a.C., Gizé, Egito
- Eram revestidas de gesso
- Brilhava intensamente no deserto.
- Chamava muita atenção de saqueadores.

Estátuas de Rahotep e Nofret, c. 2360 a.C., 122 cm, Museu Egípcio, Cairo
- Falta de movimento
- Ombros triangularmente exagerados
- Escrita, ordem e seriedade
- A pele escura do homem era uma referecia à atividade ao ar livre, guerras e figura ativa
- A pele clara da mulher simbolizava uma figura dedicada as tarefas do lar que pouco se expõe ao sol.

Relevo de Tuthmosis III, 1479-1425 a.C., Karnak
- Técnica de relevo gravado
Ostraka, XIX ou XX dinastia

- Gravação em uma ostra

Templo de Luxor,  Egito
- Obras de várias civilizações
- Mistura de elementos

Afresco proveniente da tomba de Nebamun, 1350c., British Museum, Londres.
- Contavam muito sobre a vida após a morte.
- Jardim do Além.
- Culturas diferentes de fauna e flora.
- Uma elite acostumada com o luxo.
- Arvores em posição frontal contornando o lago. Posições: Vertical para cima e horizontal. Não havia de ponta cabeça pois isso não agradaria à ordem dos deuses.
- Animais vistos de perfil.
- Pequeno lago visto de cima.

A revolução amarniana

O reino de Amenotep IV (1352-1338 a.C.) representou uma verdadeira ruptura histórica no plano político e administrativo, bem como no plano religioso e cultural. Amenotep IV, dois anos após subir ao trono, proclamou o deus Aton (O Disco Solar) como divindade suprema do Egito, em substituição ao deus Amon, e promoveu um movimento de intolerância religiosa com relação aos outros cultos. No quinto ano de seu reino, trocou seu nome Amenotep (Amon Está Satisfeito) para Akenaton (Explendor de Aton), e transferiu a capital de Tebas, sede do culto de Amon, para um lugar novo, Akenaten (O Horizonte de Aton), hoje conhecido como El-Amarna.

Relevo de Akenaton, 1352-1333 a.C., Altes Museum, Berlim
- Pescoço fino e comprido
- Queixo e boca pronunciada
- Um quê de extraterrestre

Relevo de Akenaton e a família real, 1352-1333, Museu Egípcio, Cairo
- Fervor místico.
- Desproporção do corpo.
- Pernas finas.
- Cabeça pontuda.
- Barriga pronunciada.
- Representação de Aton (O disco solar)


Relevo de Akenaton e a família real, 1352-1333 a.C., Museu Egípcio, Cairo
- Sensação de movimento
- Raios solares que atingem toda a humanidade

Busto de Nefertiti, c. 1345 a.C., Neues Museum, Berlim
- Retorno da tradição.
- Retorno do culto de Amon.

Máscara funerária de Tutankamun, 1332-1323 a.C., Museu Egípcio, Cairo
- A naja e o abutre, que se erguem ameaçadores na testa do soberano para protegê-lo dos inimigos, são feitos com uma série de pedras duras e massas vítreas coloridas encaixadas no metal precioso. O longo e sinuoso corpo da naja, em ouro maciço desenrola-se acima do nemes com extremo realismo.
- Os olhos, contornados de azul como as sobrancelhas, são feitos com marchetaria usando a obsidiana (para a íris) e o quartzo (para a órbita). Um pequeno toque de vermelho nos cantos dos olhos garantem, ao olhar fixo do jovem soberano, uma inesperada sensação de realismo.
- O colar é formado por doze voltas de pequenas pérolas policromadas, das quais a mais externa imita pingentes em formato de gota. O fecho evoca duas cabeças de falcão apoiadas sobre os ombros. A parte posterior da máscara, na altura do dorso, apresenta um longo texto hieroglífico gravado no ouro , que coloca de maneira  ideal os membros do faraó sob a proteção de outras divindades.
-  lapislázuli

Estátua de Ramsés II, 1279-1213 a.C., 1.90 m, Museu Egípcio, Turim (proveniente de Tebas)
- Realismo nos ombros.
- Retorno da tradição do estático.
- Vestuário de sacerdote.
- Período que antecede uma série de acontecimentos que fazem com que essa grande civilização entre em decadência.

Alexandre o Grande levado por Hórus até Amon, Período ptolemaico (séc. IV a.C.), Luxor
- Alexandre o Grande domina o Egito.
- O novo Rei compreendeu que uma maneira de ele impor o seu poder sobre uma civilização extremamente religiosa era inserindo-se na mitologia egípcia.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Mesopotâmia (Período Assírio)

A arte da Assíria, desenvolveu-se no reino (situado onde hoje está o Iraque) que estabeleceu um dos maiores impérios do antigo Oriente Próximo.
No início de sua história, os assírios parecem ter sido dominados pelas civilizações mais poderosas da Babilônia e da Suméria. O império alcançou seu apogeu no governo de Senaqueribe (705-681 a.C.), que reconstruiu a antiga Nínive, trazendo água das montanhas para dentro da cidade através de um elaborado sistema de canais, e criando uma rede de ruas e praças. As escavações arqueológicas comprovam que as construções eram grandiosas e fartamente adornadas com pinturas e esculturas.
Apenas fragmentos das pinturas foram preservados, mas uma considerável quantidade de esculturas sobrevive. Os assírios foram um povo guerreiro e na arte se dedicaram a glorificar seus reis e exércitos; o tipo de trabalho mais característico era uma seqüência de painéis de pedra esculpidos com baixos-relevos representando cenas militares ou de caça. Este tipo de relevo narrativo, disposto em torno de salões governamentais ou pátios, é uma invenção assíria e constitui sua maior contribuição para o mundo da arte.
A outra forma específica de escultura assíria era o Lamassu, um colossal animal alado, com cabeça humana, utilizado aos pares para flanquear a entrada de palácios. A civilização assíria sucumbiu quando sua capital, Nínive, foi capturada pelos babilônios e medas em 612 a.C.


Paleoassirio (1950-1750 a.C.)

Medioassírio (1360-1050 a.C.)

Período Neoassírio (911 – 615 a.C.)

Pedestal de Tukulki-Ninurta, 1350 a.C., Berlim, Pergamon Museum
- Narrativa linear de fatos representados no tempo.
- Adoração ao instrumento de escritura
- Técnica de narrativa

Sigilo cilíndrico, e sua impressão moderna, séc. XIII a.C., Nova York, Metropolitan Museum
- Carimbo
- Representação do Hipogrifo

Fuga através de um rio, Relevo do palácio de Nimrud, 875-860 a.C., Londres, British Museum
- Narrativa
- Representação de estratégia militar
- Aumento da complexidade de cenas


Reprodução mostrando a importancia da cor na civilização Assíria.

Portal do palácio de Salmanassar III em Balawat, e estátuas do palácio de Assurnasirpal II, em Nimrud.
- Lamassu, divindade antropomórfica alada.

Estátua de Assurnasirpal II (detalhe), séc. IX a.C., Londres, British Museum


Mesopotâmia (Babilônia)

A arte da Babilônia desenvolveu-se no reino antigo do Oriente Próximo; sua capital era Babilônia, cujas ruínas estão próximas da cidade de Al Hillah, no Iraque. Provavelmente, a cidade foi fundada no quarto milênio a.C., tornando-se o centro de um vasto império no século XVIII a.C., sob o reinado de Hamurabi. O povo babilônio mais antigo era herdeiro direto da civilização suméria, que inspirou a arte da sua primeira dinastia. A partir do século XVII a.C., a Babilônia foi dominada por outros povos e de 722 a 626 a.C. esteve sob o controle da Assíria. A Babilônia atingiu seu período de apogeu e prestígio depois de ter colaborado para a derrota dos assírios.

Nabucodonosor II, cujo reinado se estendeu de 605 a 562 a.C., reconstruiu a capital como uma das maiores cidades da Antiguidade e foi, provavelmente, o responsável pelos famosos jardins suspensos da Babilônia, dispostos de forma engenhosa em terraços elevados, irrigados por canais provenientes do rio Eufrates. A melhor visão do esplendor da arquitetura babilônica pode ser obtida através da Porta de Ishtar (575 a.C.) uma luxuosa estrutura de tijolos esmaltados reconstruída no Museu Staatliche, na antiga Berlim Oriental. Era a mais grandiosa das 8 portas que serviam de entrada para a Babilônia.

Paleobabilônico (2004-1595 a.C)

Neo-babilônico (625-539 a.C.)




Código de Hamurabi
Código de Hamurabi

- Representação de deus e o rei
- Chapéu de cornos como expressão da divindade
- Primeiro código de Leis
- Deus Shamash (Deus do Sol)




Relevo de Burney, 1800-1750 a.C., Londres, British Museum
- Deusa encontrada em templo
- Figura antropormófica
- Obra rara pela fragilidade de seu material, argila
- Vareta e cordas na mão como padrão de unidades de medida (simbolizava a ideia de igualdade, justiça, equilibrio e medida das coisas)
- Alto relevo

Relevo de Nabu-apla-iddina, cerca de 850 a.C., Londres, British Museum   
- Período conturbado por dominações
- Símbolos da Lua, do Sol e de Vênus.
- Encontro com a divindade

Porta de Ishtar, séc. VII a.C., Berlim, Vorderasiatisches Museum 

Maquete do complexo palacial

Detalhes de relevos
- Entrada triunfal para o Império
- Período de extrema riqueza
- Jardins suspensos

Mesopotâmia (Sumérios)

Período proto-histórico (3500 – 2900 a.C.)
Período  proto dinástico (2900 – 2350 a.C.)
Período Acádico (2350 – 2200 a.C.)
Dinastia de Lagash (2150 – 2120 a.C)
Neosumérico (2120- 2004 a.C)


- Algumas obras de Arte foram saqueadas pelas Inglaterra, outras encontram-se atualmente no Iraque
- Escrita cuneiforme
- A sociedade deixa de ser nômade e passa a possuir lideres locais.

Cabeça feminina, fim do IV – início do III Milênio a.C., Museu Nacional do Iraque, Bagdad
- A arte escultórica neste período passa a ser mais realista, mas permanece com traços esquemáticos (cabelo, sombrancelha, olho).
- Apresenta proporções.
- Combinava estruturas de pedra com outros materiais.
- Busca de uma representação humana de forma mais convincente.
- Falta de expressividade, sugerindo ausência do cotidiano para com a ligação a divindade.
- Arte como canal para a divindade, concentrando-se mais no aspecto religioso.

Estandarte de Ur, c. 2600 a.C., British Museum, Londres
- Representação da estratificação social
- Produzido com cacos e conchas embutidas sobre madeira (marchetaria)
- Pela primeira vez surgem os reis
- Preocupação com a imagem pública.
- Caráter narrativo
- O rei é uma mediação entre deus e o povo
- O Estandarte de Ur lê-se de baixo para cima:
1ª faixa: Batalha
2ª faixa: Escravização do inimigo
3ª faixa: O rei inspeciona os prisioneiros

Cabra (proveniente de Ur) , 2600 a.C., British Museum, Londres
- Caráter decorativo
- Foleamento de ouro, cobre, marfim e lapislazule.
- Início de uma "industria" do luxo
- Saí uma espécie de coluna das costas sugerindo um pedestal.
- Foi encontrada em um túmulo, sugerindo a ideia de além-vida.

Na primeira fase a arte tinha caráter religioso. Posteriormente passa a ser utilitária e política.


Orantes, c. 2500 a.C., Museu Nacional do Iraque, Bagdad 
- Mãos em gestos típicos, denotação de oração.
- Diminuição do realismo.
- Olho que sugere um estado de transe, experiencia mística.
- Roupa simples para apresentar-se a deus com humildade
- Lapisa zule
- Formas arredondadas, suavizadas.

Placa de Ur-Nanshe, 2400 a.C., Paris, Museu do Louvre
- Propaganda política.
- O rei se apresenta como responsável por uma obra (o cesto representa a construção)
- Celebração com bebida
- Súditos em posição de submissão

Cabeça de Sargon, 2300-2200 a.C, Museu Nacional do Iraque

- Sargon foi um grande conquistador
- Imagem de rei guerreiro
- Volta a questão da aproximação com o real
- Sugestão de pálpebra
- Pelos e cabelos esquemáticos

Estátua de Gudea de Lagash, c. 2100 a. C.,  Moma, Nova York
- Imagem de bom pastor, pacífico, bom administrador, ausência de barba.
- Rei se mostra como um humilde que serve a comunidade e a deus.
- Definição da musculatura.
- Maior realismo

Arte na Pré-História (Antes da escrita). Idade dos metais.

Idade do Metal: ( a partir de 3.000 a.C., confinando com as primeiras civilizações


Idade do Bronze: 1800-1600 a.C. (na Europa central)
 c. 3150 a.C. (No Egito)
Idade do Ferro:  a partir de 1300 – 700 a.C.

Denomina-se Idade dos Metais o período que seguiu à Idade da Pedra, marcado pelo início da fabricação de ferramentas e armas de metal.
O ser humano começava a dominar, ainda que de maneira rudimentar, a técnica da fundição. A princípio, utilizou como matéria prima o cobre, o estanho e o bronze (uma liga de estanho), metais cuja fusão é mais fácil.

Nesse período, o crescimento da população se acentuou em algumas regiões do planeta. As pequenas comunidades foram se desenvolvendo. Algumas delas passaram a dominar grandes extensões de terra e outros grupos. Surgiram, assim, as primeiras cidades, principalmente no cruzamento de caminhos naturais. Algumas dariam origem às mais significativas civilizações da história da humanidade.

Carruagem do Sol, Idade do Bronze, Nationalmuseet, Dinamarca


Escudo de Bronze, 1200 – 700 a.C, British Museum, Londres




Escudo de estilo La Tène, Idade do Ferro, British Museum, Londres

Arte na Pré-História (Antes da escrita). Neolítico

Neolítico (pedra polida :  10.000 a.C. a 3.000 a. C.) : surgimento da agricultura

Com o fim da Era Glacial, o ser humano passou a desenvolver a agricultura, deixando-se de viver de nomadismo e coleta.
Com o início da sedentarização e surgimento da agricultura, ao terceiro milênio a.C., dando lugar a Idade dos Metais.
As primeiras aldeias eram criadas próximas a rios, de modo a usufruir da terra fértil (onde eram colocadas sementes para plantio) e água para homens e animais. Também nesse período começa a domesticação de animais (cabra, boi, cão, dromedário, etc). O trabalho passa a ser dividido entre homens e mulheres, os homens cuidam da segurança, caça e pesca, enquanto as mulheres plantam, colhem e educam os filhos. A disponibilidade de alimento permite também às populações um aumento do tempo de lazer e a necessidade de armazenar os alimentos e as sementes para cultivo leva à criação de peças de cerâmica, que vão gradualmente ganhando fins decorativos.
Surge também o comércio, o dinheiro, que facilita a troca de materiais, e que era, na época, representado por sementes. Estas sementes, diferenciadas umas das outras, representam cada tipo, cada valor. Uma aldeia, ao produzir mais do que o necessário e, para não perder grande parte da produção que não iria ser utilizada, troca o excesso por peças de artesanato, roupas e outras utensílios com outras aldeias.
Neste momento deixam de usar peles de animais como vestimenta, que dificultam a caça e muitas outras atividades pelo seu peso, e passam a usar roupas de tecido de lã, linho e algodão, mais confortáveis e leves.

Vaso de cerâmica decorada, 3500- 2750 a.C., Museu de Londres

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Arte na Pré-História (antes da escrita). Paleolítico.

A importância para um aluno de Artes cursar esta disciplina consiste numa melhor capacidade para análise e descrição de obras de arte.
Para compreender uma obra de arte é necessário pensá-la como uma fonte documental de uma época, passada ou contemporânea. Entre os elementos que encontramos nesta espécie de documento apresenta-se conteúdo, funções (política, cotidiana, devoção), contexto histórico, gosto de época, técnicas e tecnologias.
Deste modo, o termo Pré-História acaba sendo pejorativo, já que não precisa de uma escrita para que um lugar tenha história, ocorra eventos.

O período chamado Paleolítico (Pedra Lascada) vai de 2,5 milhões a.C. a 10000 a.C., quando os antepassados do homem começaram a produzir os primeiros artefatos em pedra lascada, destacando-se de todos os outros animais. Neste período os humanos eram essencialmente nômades caçadores-coletores, tendo que se deslocar constantemente em busca e alimentos. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caça feitos em madeira, osso ou pedra lascada.

O Paleolítico teve quatro principais estilos:

I Estilo: Figurativo geométrico (30.000-27.000 a.C.)
II Estilo: figurativo sintético (25.000-18.000 a.C.)
III Estilo: figurativo analítico (17.000-13.000 a.C.)
IV Estilo: clássico (13.000 – 10.000 a.C.)




Estilo I. Bloco de Abri Cellier. Gravação em pedra. Representação de perfil e completamente esquematizada



Estilo II. Dama do corno ou Vênus de Laussel. Um corpo nu feminino figurado sem rosto e pés segurando um chifre que servia como copo. Simbolizava fertilidade.

Estilo III. Gruta de Lascaux, França. Sala dos Touros, Representava duas manadas de Touro caminhando em direções opostas. Apresenta sobreposição e diferentes tipos de tingimento, um dos touros apresenta pontos sugerindo textura. Devido a localização alta das pinturas, se supõe que os artistas tenham empilhado pedras para subir aonde realizariam o trabalho.
Estilo IV. Bisão. Caverna de Altamirama, Espanha. Esta obra apresenta detalhismo maior, sugestão de pelo, diferenciação de tons em volume, sugestão de perspectiva nas patas, olho.
Estilo IV.  Bisões de Argila. Gruta de Tuc d'Audoubert, França. Relevo e sugestão de pêlos e olhos.


Vênus de Willenolorf. A Vénus não pretende ser um retrato realista, mas uma idealização da figura feminina. A vulva, seios e barriga são extremamente volumosos, de onde se infere que tenha uma relação forte com o conceito da fertilidade. Os braços, muito frágeis e quase imperceptíveis, dobram-se sobre os seios e não têm uma face visível, sendo a cabeça coberta do que podem ser rolos de tranças, um tipo de penteado ou mesmo vários olhos. Alguns sugerem que a corpulência representa um elevado estatuto social numa sociedade caçadora-recolectora e que, além da óbvia referência à fertilidade, a imagem podia ser também um símbolo de segurança, de sucesso e de bem-estar.