O Gabinete do Doutor Caligari

Hans Janowitz

Carl Mayer

Hans Janowitz, jovem poeta que certa vez, perambulava por um parque em Holstenwall procurando uma moça cujos modos e beleza haviam-no atraído. No dia seguinte as manchetes anunciavam que a jovem havia sido assassinada em um crime sexual praticado por um burguês.

Carl Mayer, seu pai o expulsou de casa com 16 anos junto com seus três irmãos mais novos e depois se suicidou. Carl ficou responsável pelas crianças e passou a ganhar a vida desenhando retratos até tornar-se um pacifista cheio de ódio de uma autoridade que havia enviado milhões de homens para a morte.

Hans Janowitz e Carl Mayer se conheceram em Berlim e se tornaram amigos. Mais tarde se disponham a expressar seus pontos de vista na nova mídia. O cinema.

Reprodução de Holstenwall

Durante uma noite os dois amigos assistiram uma peça que se chamava "Homem ou Máquina", que apresentava um homem que conseguia fazer milagres de forças sem se esforçar, agia como se estivesse hipnotizado. Neste noite, os amigos visualizaram a história original de Caligari e a escreveram nas seis semanas seguintes.

Caligari e o Sonambulo

O Gabinete do Dr. Caligari continha uma história surreal de um sinistro hipnotizador que exibia o seu sonâmbulo Cesare em uma feira de cidade de interior, afirmando que em seu transe, Cesare podia prever o futuro. O sonambulo prevê a morte de um dos consultantes, então Caligari faz com que a profecia seja cumprida enviando Cesare para assassinar aquele que ele advertiu.

Janowitz e Mayer estigmatizaram a onipotência de uma autoridade estatal que se manifestava através de serviço militar obrigatório e das declarações de guerra.

O Gabinete do Dr. Caligari exemplifica uma autoridade ilimitada que idolatra o poder como tal e que, para satisfazer sua avidez pela dominação, viola cruelmente todos os direitos e valores humanos.
Cesare retrata o homem comum que sob a pressão do serviço militar, é treinado para matar e ser morto.

Erich Pommer

Erich Pommer, diretor executivo da Decla-Bioscop, aceitou produzir esse roteiro pouco comum e o chamou Robert Wiene para dirigi-lo.

Robert Wiene modifica a história original, que era um registro dos horrores reais em uma versão narrada mentalmente por um louco, Francis.

Robert Wiene

Robert Wiene chamou três artistas expressionistas para pintar o cenário e foi dito: "Montem esses cenários do jeito mais louco possível"

Obedecendo ao pedido, o cenário de Caligari foi frequentemente criticado por ser plano demais, apresentando perspectivas falsas e ângulos oblíquos imprevisíveis, mas que continham um significado metafísico: As curvas inesperadas provocam uma reação psiquica diferente das linhas de disposição harmoniosa. O que importava era criar inquietações e terror.

O parque de diversões é apresentado neste filme caracterizando a anarquia na esfera do entretenimento para seduzir as pessoas. Um carrossel surge girando, tornando-se um símbolo do caos, afinal, as pessoas esquecidas de si mesmas, podem mergulhar no caos.

O Gabinete do Dr. Caligari foi feito inteiramente em estúdio, substituindo cenários normais por imaginários, e com a sua iluminação é possível compreender a cena de um assassinato sem vê-lo diretamente, apenas com a sombra dos personagens.

O filme retratou uma Alemanha gótica, sinistra, demoníaca e cruel. Com seu enredo de pesadelo, sua tendência expressionista e sua atmosfera obscura, Caligari continua pela posteridade a influenciar milhares de interessados pela temática gótica.